Te ver ao longe, parece ser mais fácil. Mais fácil do que te ter aqui por perto, sem poder te ter realmente. Mas você insiste em relembrar o passado, em revirar nossas lembranças. Pra você parece ser bem mais simples dirigir a palavra a mim.
- Oi.
-Oi.
-Você está bem?
-Sim, porque haveria de não estar?
Eu tento parecer forte, mesmo estando destruída AINDA.
-Não sei, me pareceu longe.
-Estou bem aqui.
-Eu não falo da distância em metros, em quilômetros. Isto é o de menos. Falo da distância entre nós.
Você insiste. É incrivel o modo como você me conhece.
Eu sentia minha mão esfriar, bruscamente.
- Pare, por favor. Denovo, não.
-Então você prefere fugir? Prefere ignorar o que sente?
-Eu prefiro não passar por tudo o que passei denovo.
-Eu me sinto só.
-Eu também.
-Eu ainda te amo.
-Eu ainda te amo também.
-Então volta, caminhe por dentre toda essa distância entre nós, e venha até mim.
-Eu fui milhares de vezes até você, você não percebeu. Talvez seja melhor pra mim e pra você, só nos vermos de longe.
Menti. Mesmo sabendo que não convenceria nem a mim mesma.
-Sei que não é o que você pensa, realmente.
-Mas é o que eu quero pensar.
-É uma pena.
-Também acho. Mas não estou disposta a sofrer mais. Eu tentei tudo por você.
-Eu ainda tento. Sempre tentei.
(Leticia Faleiros)
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