Criança. Eu gostava de ser apenas... criança. Minha concepção do que era AMOR, era tão diferente do que é agora. Mas ainda assim tão mais madura. Eu sinto falta daquele tempo, éramos tão inocentes, não tínhamos culpa alguma. Amar para a gente, era oferecer as batatinhas um para o outro, sem esperar que elas fossem devolvidas novamente. Porque tivemos que crescer, assim tão rápido? O tempo passa, o tempo corre. Mesmo que cada pulso do nosso coração lute pelo contrário. Eu queria poder congelar cada órgão de meu corpo, para que eu permanecesse daquela maneira pra sempre. Ali parada, te olhando, tão perto de mim. É injusto. Você cresceu, eu cresci. Não tivemos escolha. As coisas mudaram, é cruel e sempre vai ser. O que eu mais sinto saudade, é de andar descalça com você segurando minha mão, de dividirmos o mesmo guarda-chuva, e ficarmos totalmente molhados, de prometer coisas que sabíamos que não cumpriríamos, não por não ter vontade, mas por saber que não era permitido a nós. Nunca quis que você se afastasse de mim, nunca mesmo. Eu era imatura demais pra perceber que aquele dia você não voltaria. Sei que não foi sua culpa, seus pais te levaram de mim e você não poderia mesmo ficar, porque era apenas ... Criança. Como eu também era! Eu odeio quando as pessoas me fazem ama-las e depois me deixam. Você foi meu melhor amigo o meu companheiro -o único- durante anos, Lucas. E eu não trocaria o que a gente viveu por absolutamente nada.
Você é o único com quem eu divido minhas batatinhas ♥
(Leticia Faleiros)
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